Mudando a Ordem Replicação e Indução na Prática Científica - Harry Collins
669 palavras · 4 minutos tempo de leitura Ciências Exatas/Engenharia e tecnologia
Mudando a Ordem: Replicação e Indução na Prática Científica
Harry Collins
Resumo
Em "Mudando a Ordem: Replicação e Indução na Prática Científica", Harry Collins argumenta que a ciência não é um processo puramente objetivo e racional, mas sim uma atividade social complexa que envolve negociação, persuasão e até mesmo um pouco de sorte. Collins baseia seu argumento em um estudo de caso da controvérsia sobre a replicação do experimento de fusão a frio de Stanley Pons e Martin Fleischmann.
A controvérsia da fusão a frio
Em 1989, Pons e Fleischmann, dois químicos da Universidade de Utah, anunciaram que haviam conseguido realizar a fusão nuclear em temperatura ambiente. A fusão nuclear é o processo pelo qual dois núcleos atômicos são combinados para formar um único núcleo, liberando uma enorme quantidade de energia. Se a fusão nuclear pudesse ser realizada em temperatura ambiente, isso revolucionaria a produção de energia.
O anúncio de Pons e Fleischmann foi recebido com ceticismo pela comunidade científica. A fusão nuclear é um processo muito difícil de controlar, e nunca havia sido realizada em temperatura ambiente antes. No entanto, Pons e Fleischmann estavam confiantes de que seus resultados eram reais. Eles publicaram seus resultados em uma revista científica respeitada, e começaram a trabalhar em um protótipo de um reator de fusão a frio.
A comunidade científica rapidamente se dividiu em dois campos: aqueles que acreditavam em Pons e Fleischmann, e aqueles que não acreditavam. Os que acreditavam argumentavam que os resultados de Pons e Fleischmann eram reais, e que eles estavam prestes a revolucionar a produção de energia. Os que não acreditavam argumentavam que os resultados de Pons e Fleischmann eram falsos, e que eles estavam enganando o público.
A controvérsia sobre a fusão a frio durou vários anos. Durante esse tempo, houve muitas tentativas de replicar o experimento de Pons e Fleischmann, mas nenhuma delas foi bem-sucedida. Eventualmente, a comunidade científica chegou a um consenso de que os resultados de Pons e Fleischmann eram falsos.
O argumento de Collins
Collins argumenta que a controvérsia sobre a fusão a frio é um exemplo de como a ciência não é um processo puramente objetivo e racional. Ele argumenta que a ciência é uma atividade social complexa que envolve negociação, persuasão e até mesmo um pouco de sorte.
Collins baseia seu argumento em uma análise das tentativas de replicar o experimento de Pons e Fleischmann. Ele argumenta que essas tentativas não foram bem-sucedidas porque os cientistas estavam presos em suas próprias crenças e preconceitos. Os cientistas que acreditavam em Pons e Fleischmann estavam determinados a replicar seu experimento, enquanto os cientistas que não acreditavam em Pons e Fleischmann estavam determinados a refutar seus resultados.
Collins argumenta que a ciência não é um processo de descoberta da verdade, mas sim um processo de construção de consenso. Ele argumenta que os cientistas não estão interessados em descobrir a verdade, mas sim em convencer seus colegas de suas próprias crenças.
Implicações do argumento de Collins
O argumento de Collins tem implicações importantes para a forma como pensamos sobre a ciência. Ele sugere que a ciência não é tão objetiva e racional quanto pensamos, e que os cientistas são tão humanos quanto qualquer outra pessoa. Isso não significa que a ciência não seja importante, mas significa que precisamos ser mais críticos em relação às alegações científicas.
O argumento de Collins também sugere que a ciência não é uma atividade solitária. É uma atividade social que envolve negociação, persuasão e até mesmo um pouco de sorte. Isso significa que os cientistas precisam trabalhar juntos para resolver problemas científicos.
Conclusão
"Mudando a Ordem: Replicação e Indução na Prática Científica" é um livro importante que desafia a forma como pensamos sobre a ciência. Collins argumenta que a ciência não é um processo puramente objetivo e racional, mas sim uma atividade social complexa que envolve negociação, persuasão e até mesmo um pouco de sorte. Isso não significa que a ciência não seja importante, mas significa que precisamos ser mais críticos em relação às alegações científicas.