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Cunha, Euclides da - Os Sertões
835 palavras · 5 minutos tempo de leitura Geografia e História Literatura Brasileira Biografias e Memórias Romance
Cunha, Euclides da - Os Sertões: uma obra-prima da literatura brasileira
Se você é um amante da literatura brasileira e ainda não leu Os Sertões, de Euclides da Cunha, está perdendo uma das obras-primas mais importantes da nossa história. Publicado em 1902, o livro é uma mistura de ensaio, reportagem e literatura, que retrata a Guerra de Canudos, conflito ocorrido no sertão baiano entre 1896 e 1897.
Com uma linguagem rica e elaborada, Euclides da Cunha nos transporta para o sertão baiano do final do século XIX, onde acompanhamos a luta do povo de Canudos contra o exército brasileiro. O autor utiliza uma narrativa jornalística para contar os fatos, mas vai além disso, mostrando as particularidades do sertão e a maneira como seus habitantes viviam.
Os Sertões é dividido em três partes: "A Terra", "O Homem" e "A Luta". Cada uma delas aborda um aspecto diferente da realidade do sertão baiano e da Guerra de Canudos. Vamos conhecer um pouco mais sobre cada uma delas.
"A Terra": o sertão como personagem principal
Na primeira parte do livro, Euclides da Cunha apresenta o sertão baiano como personagem principal da história. Ele descreve a região com detalhes, mostrando sua geografia, flora, fauna e clima. O autor também fala sobre a população local, seus costumes e tradições. É nessa parte que encontramos uma das passagens mais famosas do livro, em que Cunha descreve o sertanejo:
"O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela a carência completa de um elemento essencial: a graça".
Com essa descrição, Euclides da Cunha mostra o contraste entre o sertão e o litoral, destacando as diferenças entre as duas regiões do país.
"O Homem": retrato da vida no sertão
Na segunda parte do livro, Euclides da Cunha se dedica a retratar a vida no sertão baiano. Ele fala sobre a economia local, baseada na criação de gado e na agricultura de subsistência. Também aborda temas como a religiosidade do povo sertanejo, a violência e a justiça na região.
Nessa parte, o autor utiliza uma linguagem mais poética para descrever a beleza da natureza sertaneja e a simplicidade da vida dos seus habitantes. É possível sentir a emoção do autor ao descrever a paisagem, como nessa passagem:
"A aurora rompe em tons de rosa e de ouro, inundando de luz o horizonte. As sombras vão clareando. O vale, aos poucos, se define, ressalta - e, de chofre, como uma aparição, surge aos olhos deslumbrados a grande paisagem, o panorama interminável, o maravilhoso espetáculo do sertão".
"A Luta": a Guerra de Canudos
Na terceira parte do livro, Euclides da Cunha narra a Guerra de Canudos, conflito que durou mais de um ano e que terminou com a morte de cerca de 30 mil pessoas. O autor acompanhou de perto os combates e entrevistou pessoas envolvidas no conflito, o que torna sua narrativa ainda mais realista.
Cunha não toma partido na guerra e faz uma análise imparcial dos acontecimentos. Ele mostra tanto a crueldade do exército brasileiro quanto a resistência dos sertanejos, liderados pelo beato Antônio Conselheiro.
O livro é uma crítica à política da época e à forma como o governo lidava com as questões sociais. Euclides da Cunha denuncia a violência contra os sertanejos e a desigualdade social que existia no país naquela época.
Por que ler Os Sertões?
Os Sertões é uma obra-prima da literatura brasileira e uma das mais importantes da nossa história. Além de ser um relato histórico da Guerra de Canudos, o livro é uma reflexão sobre a identidade nacional e sobre as desigualdades sociais que ainda persistem em nosso país.
A linguagem elaborada de Euclides da Cunha pode assustar alguns leitores, mas é justamente isso que torna o livro tão especial. Cunha utiliza uma narrativa jornalística para contar os fatos, mas vai além disso, mostrando as particularidades do sertão e a maneira como seus habitantes viviam.
Os Sertões é um livro que nos faz refletir sobre a nossa história e sobre a nossa identidade como povo. É uma leitura obrigatória para quem quer entender melhor o Brasil e suas desigualdades sociais.
Conclusão
Os Sertões, de Euclides da Cunha, é uma obra-prima da literatura brasileira e uma das mais importantes da nossa história. O livro retrata a Guerra de Canudos, conflito ocorrido no sertão baiano entre 1896 e 1897, e faz uma análise imparcial dos acontecimentos.
Com uma linguagem rica e elaborada, Euclides da Cunha nos transporta para o sertão baiano do final do século XIX, onde acompanhamos a luta do povo de Canudos contra o exército brasileiro. O autor utiliza uma narrativa jornalística para contar os fatos, mas vai além disso, mostrando as particularidades do sertão e a maneira como seus habitantes viviam.
Os Sertões é um livro que nos faz refletir sobre a nossa história e sobre a nossa identidade como povo. É uma leitura obrigatória para quem quer entender melhor o Brasil e suas desigualdades sociais.